Infidelidade

Eis um tema do qual me apreço falar.

Já todos estamos mais que conscientes de que a traição é uma prática comum na maioria dos casais, sejam eles namorados, casados ou vivam em união de facto. O que outrora era prática mais comum nos homens, hoje tem-se revelado mais impetuosamente nas mulheres. A moral existente na nossa sociedade que concedia uma maior liberdade ao homem e reprimia os desejos da mulher tende a desaparecer, ou a alterar-se fruto da alforria da mulher. No entanto, são ainda os homens considerados o sexo que mais trai, mas apenas e só, porque ainda sentem orgulho do seu poder de conquistar várias mulheres, e se vangloriam disso, enquanto as mulheres fazem tudo na mais absoluta surdina e prudência, negando veementemente que tenham traído.

Sabemos no entanto que a infidelidade tem as suas consequências, que podem assumir proporções de desgaste suficientes para acabar qualquer relacionamento. E aqui encontramos a maior ameaça da infidelidade, a qual não se encontra no relacionamento sexual, mas antes na traição de confiança no parceiro, gerando sentimentos de suspeita, insegurança e uma perturbadora desconfiança pela possível e temerária perda do parceiro, desvalorizando e desconsiderando a pessoa atingida pela traição.

Mas sabendo de todo o mal que a infidelidade pode provocar, porque motivo corremos o risco de cometer uma traição? A resposta é simples, desejo.
A principal causa da infidelidade consiste no desejo. O desejo de aventura, o desejo de diversidade, o desejo de adrenalina, o desejo de paixão, o desejo de calor, o desejo de sedução, o desejo de ambicionar o que não temos, o desejo proibido da liberdade libertina, o desejo de desejos pródigos. E serão estes desejos pródigos a causa da maior calamidade, pois sentiremos sempre culpa pelo nosso descontentamento.

Por isso, que todo o desejo seja guiado pela razão, pois apenas dessa forma seremos capazes de amar. Os homens fiéis são aqueles que amam, todos os outros desejam prodigamente.